Polícia Militar registra censura de Hely Bíscaro aos jornalistas

Matéria publicada na edição de hoje do Jornal Correio Mariliense:

O presidente do Marília Atlético Clube, Hely Bíscaro, voltou a cercear o trabalho da imprensa ontem, mantendo a proibição da entrada dos jornalistas do Correio Mariliense no estádio Bento de Abreu para realizar a cobertura do treino da tarde de ontem.

Como a atitude fere o livre exercício da profissão (art.1, Decreto nº 83.284, de 13 de março de 1.979, da Regulamentação da Profissão do Jornalista e art.5º da Constituição), a Polícia Militar registrou a arbitrariedade do diretor do clube.

Os jornalistas Guilherme Maia e Jorge Luiz registraram um Boletim de Ocorrência na administração da 5ª Companhia da Polícia Militar, de número 8691, pelo constrangimento ilegal que eles sofreram. O documento, agora, será utilizado na petição de um mandado de segurança que o jornal irá impetrar hoje, caso a diretoria do MAC persista em sua atitude de impedir o trabalho da imprensa.

O fato aconteceu na tarde de ontem, quando os jornalistas tentaram entrar no estádio para acompanhar o início dos treinamentos. Após 10 minutos, um dos seguranças do clube pediu a saída dos profissionais de dentro do estádio. “O Hely pediu a saída de vocês. Estou apenas cumprindo ordens dele”, disse o segurança.

Quando a Polícia Militar chegou, o presidente do clube negou a censura aos dois jornalistas, alegando que o treino estaria fechado para toda a imprensa, como se fosse um treino secreto. Uma versão rapidamente desmentida, já que outros profissionais da imprensa tinham livre acesso ao local, antes da chegada dos policiais.

Em nota no site oficial do clube, Hely Bíscaro afirma que “medidas consideradas rígidas” foram tomadas em relação aos profissionais do Correio Mariliense e Jornal da Manhã, com a seguinte justificativa: “Visando preservar a imagem do Marília, que é um dos maiores patrimônios da cidade, tomamos algumas medidas consideradas rígidas nesse sentido, mas extremamente necessárias pelos motivos aqui expostos. (SIC)”.
Ainda continua: “Temos certeza que a mídia, a crônica esportiva e a opinião pública, entendem bem a sensatez dos nossos propósitos à frente do Marília Atlético. Agradecemos as manifestações de solidariedade e apoio de todos”, disse Bíscaro através do site.

A atitude do diretor do MAC é um flagrante desrespeito a um direito Constitucional de toda a sociedade, garantido pelo artigo 5º da Carta Magna, o direito à informação. Impedir acesso de jornalistas é ferir diretamente esta propositura. Fere também os preceitos da regulamentação do jornalista, o de livre acesso do profissional em todo o território nacional.

Caso Hely persista em sua conduta, o jornal deverá entrar na Justiça para garantir seu direito de manter a sociedade informada sobre o que acontece com o clube desportivo. Através de uma medida judicial cabível para fazer valer o direito legal do exercício regular da profissão, estabelecida pela Lei de Imprensa.

Não bastasse esse tipo de atitude contra a liberdade de imprensa e de informação que tem o cidadão, Hely Bíscaro está sendo acusado de racismo por Leonardo Pereira de Farias, 25 anos, que trabalhava nas categorias de base como técnico da equipe sub-11, um Boletim de Ocorrência foi registrado contra o presidente do clube por conta desse incidente (veja mais detalhes na página B1).

Diante disso, os pais das crianças que atuam nas categorias sub-11 e sub-13 do Marília, devem realizar um protesto contra o atual presidente no domingo, data em que acontecem jogos contra o América, pelo Campeonato Paulista das categorias, inclusive, impedindo os seus filhos de jogarem, como forma de protesto e insatisfação com o desrespeito que vem sendo marca da gestão de Bíscaro.