terça-feira, 1 de novembro de 2011

Conversa gravada de Hely e Mayo sobre sucessão do clube cai na net

Matéria publicada no Jornal Correio Mariliense:

O vazamento de uma gravação (parcial) de uma conversa sobre a sucessão da diretoria do time entre o então presidente na época, Beto Mayo e o presidente de agora, Hely Bíscaro, em clara articulação para a formação da atual diretoria, bem como lições de como ganhar dinheiro com um clube de futebol.

O vazamento desta conversa até então privada, dentro das dependências do Abreuzão, está sendo espalhada indiscriminadamente pela Internet, através de e-mails anônimos para toda a imprensa e membros do conselho deliberativo do clube.

O material teria sido gravado sem a autorização de ambos os interlocutores entre o final de 2010 e o início desse ano, quando Beto Mayo ainda estava na presidência do clube e Bíscaro tentava voltar ao cargo, deixado no ano de 2001. O clima da conversa é sobre o time e sobre a performance de Bíscaro como presidente.

Em contato com o Correio Mariliense, Hely confirmou a reunião com Beto, liberando inclusive a divulgação do conteúdo gravado pelo jornal. Segundo ele, não tem nada a esconder, afirmando inclusive que o que disse na gravação já tornou público em entrevistas posteriores. “O que foi falado sobre o INSS foi para a Justiça e eu já provei o que tinha que provar. Já o caso do combinado com o Beto, realmente eu combinei algo com ele, pois ele tinha dito que havia emprestado dinheiro ao clube, quando assumi a presidência comprovei que era o contrário, ele que estava devendo para o MAC, por isso mudei o posicionamento”.

Beto Mayo disse que já havia ouvido a gravação, pois ele e outros cinco conselheiros já haviam recebido em mãos, através de um moto taxi de remetente anônimo. “Recebi a gravação por um moto taxi em nome de um tal Edgar Ribeiro, que eu nem sei quem é. Isso não me prejudica de forma alguma, prejudica apenas o Hely, inclusive, isso vai ser usado judicialmente em minha defesa contra as acusações que ele vem fazendo contra a minha pessoa”.

Não há confirmação sobre quem iniciou o envio de emails e nem quem foi o autor da gravação da conversa.Hely Bíscaro afirma que o ex-funcionário do clube, Charles Filgueira, estava presente no momento da conversa e suspeita que ele tenha feito a gravação. “Estávamos eu, o Beto e o Charles nesse dia, conversamos na secretaria do clube, se não foi nem eu nem o Beto, então pode ter sido o Charles”.

Porém, Mayo afirmou que estava sozinho com Hely no momento da conversa. “Não fui eu quem gravou e desconheço quem tenha feito isso. O Charles nunca conversou comigo e o Hely juntos”.

Mesmo com a destituição votada pelo Conselho Deliberativo, Hely segue afirmando que ainda não foi notificado sobre o assunto, e que para ele não existe Conselho atualmente, pois os conselheiros foram dissolvidos do cargo em assembléia dos sócios do clube.


Íntegra da gravação da Conversa entre Hely e Mayo

Hely:(gravação com a conversa já em andamento)O meu time de futebol da B1 é melhor do que esse da Série A2, oito anos atrás, hoje o futebol ta nivelado por baixo,, hoje eu pego o time na A2 e subo no primeiro cam­peonato, hoje eu entro La no M(...) e falo quero vender 500 cadeiras pra você, no segundo terceiro ano ele vai falar que ta ruim de matrícula e vai minguar de novo, hoje eu tenho gás para chegar e ganhar dos caras na canseira, vocês não tem esse gás hoje.

Beto: Você tem mais uma vantagem, você é político.

Hely: Eu não tinha quando eu tava aqui, a força política que eu tenho hoje, hoje eu estou estruturado dentro e fora de Marília na política. Eu falei pro Zé M (...)(empresário de futebol), eu acho que vou voltar a ser presiden­te do MAC, mas o que ta dependendo? Tá dependendo do Beto. Fala pro Beto me ligar que vamos ganhar dinheiro tudo junto.

Beto: O Zé Manoel é meu amigo, faz anos.

Hely: Marca o telefone dele no papel. Você vai ter jogador no MAC, nin­guém vai saber que é teu e a hora que eu vender eu sei vender para não ficarem perguntando quanto entrou e não sei o que.

Beto:Eu fiz em Power Point (planilha de contabilidade) quanto entrou e quanto saiu, até os centavos.

Hely: Transparência é aqui dentro, lá fora não tem que ter transparência, para imprensa e empresário. Transparência você vai ter que mostrar pro cara que ele tá registrado com “quinhentão”, mas ganha dois mil, quatro mil.

Eu tinha duas contabilidades, eu pegava o pagamento real do que eu pa­gava e mandava para Marilan, Dori, Nestlé, Unimar dando uma satisfação de onde estava indo o dinheiro aplicado que ele estava contribuindo com o MAC.

O pagamento real, caixa dois, que eu pagava pro cara em dinheiro, em cheque, mandei a cópia do pagamento do recibo para as empresas mos­trando o que eu fazia para as empresas. Um dia chegou dois fiscais do INSS aqui, ele abriu a pasta, e eu pensei, vou pra cadeia, to liquidado, os caras que eu mandei comprovando a transparência me denunciaram. Eu pe­guei o processo, fizeram o levantamento, se foi um milhão que eles levan­taram, sabe quanto o MAC tinha de verdade, 80. Campeonato de quatro meses, campeonato da A3.

Beto: A maior dívida tributária aqui é da época do João More. Hely, vamos conversando, a gente tem muita conversa, fui sincero e honesto com você e você foi transparente comigo.

Hely: Tudo que eu pretendo, eu provei para você, eu vou dar minha pala­vra pra você, todo compromisso fiscal eu vou cumprir no seu nome, por­que você cumpriu no meu e não como eu cumprir no meu sem cumprir no seu, até porque a gente vai ter que fazer um pacote disso aí, vendo o que é do meu período e o que tem aberto aqui. (Corta a gravação abrup­tamente)

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